Breve currículo do Professor Teixeira

Nascido em 25 de Setembro de 1935, na cidade de São Paulo, filho de Francisco e Eliza, desde cedo demonstrava seu interesse pelo esporte e atividade física.

Filho de agricultores portugueses, tendo um irmão, Milton, moravam numa chácara, onde cultivavam verduras, legumes e alguns animais, na região que hoje é conhecida como o bairro da Água Funda, nas proximidades da Avenida Miguel Stéfano e Avenida Ricardo Jafet.

Num determinado dia, sua mãe pediu que ele fosse até um sapateiro no bairro de São Judas, e passado alguns minutos, ele “ainda estava lá”, sendo advertido por ela:

– José, você ainda não foi até o sapateiro que te pedi?

– Mãe, eu já fui e voltei!

O menino José gostava de correr, fazia tudo correndo, pelo simples fato de ser uma diversão para ele, numa época de muito trabalho para o sustento da família Teixeira. E também gostava de jogar futebol, era goleiro do time do bairro e da escola, além de organizar a equipe e orientar os amigos durante as partidas.

Excelente filho e excelente aluno, repetiu apenas um ano no Grupo Escolar Almirante Barroso, após perder algumas semanas de aula devido a um ferimento em sua perna, num acidente com o caminhão que transportava os porcos que iriam entregar nas proximidades da construção do Aeroporto de Congonhas; e após se recuperar, cursar o ano letivo de 1948 e encerrar o primário, foi presenteado com um livro por sua Professora Elisa Pereira de Souza, e na dedicatória ela faz uma previsão:

“Há um ano, voltava você para casa, triste e desanimado. E você regressa hoje alegre e vitorioso, com dois troféus conquistados: o diploma e este livro. O diploma representa o coroamento de seus esforços deste ano. E este livro representa o valor que dou ao seu bom comportamento, sua assiduidade às aulas e à educação que você recebe de casa. Se você continuar a palmilhar esse caminho, com as mesmas qualidades que hoje louvo, ainda será um grande homem.”

A Professora estava certa!

O menino José cresceu e tornou-se estudante de Educação Física da USP, participando dos Jogos Universitários em várias modalidades, tendo seu desempenho e esforços sempre reconhecidos pelos colegas e professores.

E José gostava tanto de correr, que em 1957 participou da 33ª. Edição da São Silvestre, sendo o primeiro atleta brasileiro universitário a participar desta tradicional prova na cidade de São Paulo, recebendo um lindo troféu e tornando-se notícia em vários jornais.

Também em 1957 iniciou um estágio como Preparador Físico no São Paulo Futebol Clube, função que era exercida até então pelo Treinador Vicente Feola, pessoa incumbida de todos os treinamentos da equipe, já que a função de preparador físico ainda estava em fase inicial no Brasil, sendo efetivado em 1958, como Preparador Físico do elenco profissional e Treinador do time de Aspirantes.

Permaneceu no Clube até 1964, quando optou por se desligar e investir na carreira de Treinador para ganhar experiência, iniciando seu trabalho no Barretos E.C., sendo seu primeiro clube como Treinador Profissional, ficando em Primeiro Lugar no Quadrangular do “Rebolo” do      Campeonato Paulista da Segunda Divisão e Campeão Amador de São Paulo.

Casou-se com Cleide Sanches Teixeira em 08 de Setembro de 1962, tendo 3 filhos: Junior, Eduardo e Marcia.

Terminado o contrato com o Barretos, recebe o convite de Osvaldo Brandão para ser o Preparador Físico do time principal do S.C. Corinthians Paulista e também exercer a função de Treinador dos Aspirantes, entre 1965 e 1971.

Entre 1967 e 1969 também integrou como Preparador Físico a Seleção Paulista, disputando jogos no Brasil e no exterior, e em 1971 foi o Treinador da Seleção Paulista de Novos em jogos pela Europa e África.

Em 1971 dirige o E.C. Noroeste nos últimos 4 meses do ano, para evitar o rebaixamento no Campeonato Paulista, tarefa realizada com êxito!

O ano de 1972 trouxe outro desafio, ser o Preparador Físico de E.C. Bahia, um grande clube da região nordeste, conquistando um 4º. lugar no Campeonato Brasileiro.

Dirigiu a Seleção Paulista de Novos em 1973 e 1974, que viajou para jogos na Europa, Oriente Médio e África; e também em 1974 com a Seleção Paulista de Juniores representando o Brasil na Europa com a camisa da Seleção Brasileira, e vencendo o Sulamericano no Chile.

Como a Seleção Brasileira não teve um bom desempenho na Copa do Mundo de 1974 na Alemanha Ocidental, surgiu em 1975 a ideia de criar a primeira escola de futebol para crianças do Brasil, chamada de Escola Bellini de Futebol, com a participação deste famoso jogador campeão do Mundo em 1958; juntamente com Djalma Santos e Oreco, além dos Professores de Educação Física, Miranda, França e Pagani; escola que funcionou até 1978.

Neste período também organizaram a Colônia de Férias em Itu, sendo um sucesso absoluto entre os alunos e criando fortes laços de amizade com esta cidade do interior de São Paulo.

Em 1977 é novamente convidado por Osvaldo Brandão para o cargo de Preparador Físico do S.C. Corinthians Paulista e integra a Comissão Técnica que coloca fim ao jejum de 22 anos sem a conquista de um título importante, vencendo o Campeonato Paulista contra a Ponte Preta, fato comemorado até hoje por todos os corinthianos.

Com a saída do Osvaldo Brandão, é promovido em 1978 por Vicente Matheus ao cargo de Treinador da equipe principal, ficando responsável pela renovação do time com as contratações de Sócrates, Biro-Biro, Palhinha, etc, permanecendo no cargo até o final de 1979.

No ano de 1979 ainda é convidado para ser o Auxiliar Técnico do Cláudio Coutinho na Seleção Brasileira, antiga C.B.D., que era o Treinador do Flamengo do Rio de Janeiro.

O Corinthians conquista o Campeonato Paulista de 1979 com uma equipe renovada, mas como os jogos finais da competição só aconteceriam no início de 1980 devido a uma mudança na tabela, e pelo fato de já haver assumido um compromisso com o Millonarios de Bogotá para o início do ano seguinte, viu-se obrigado a desligar-se do clube, indicando para seu lugar, o Treinador Jorge Vieira, que em suas entrevistas reconheceu que 80% do trabalho foi do Prof. Teixeira, inclusive recebendo a faixa de campeão paulista da Diretoria do S.C. Corinthians Paulista.

O Club Deportivo Los Millonarios de Bogotá foi o desafio de 1980 e 1981, na Colômbia, pela primeira vez como Treinador numa equipe estrangeira, e também a primeira experiência internacional de sua família, que o acompanhou nos dois anos na capital colombiana.

Na volta de Bogotá, atende o convite para salvar o Guarani F.C. de Campinas do rebaixamento, já que se encontrava em 18º lugar do Campeonato Paulista, conseguindo uma excelente recuperação e evitando seu rebaixamento.

O Al Nasr de Riyadh, na Arábia Saudita, foi o trabalho em 1983; depois no Al Shabab de Dubai, nos Emirados Árabes, em 1984, 1985 e 1986.

De volta ao continente americano, dirige o Club Universitário de Deportes, em Lima, no Perú, nos anos de 1986 e 1987.

No final de 1987, dirige a Seleção Brasileira Infantil, no Mundial do Canadá; e em 1988 dirige a equipe em amistosos pela Europa.

Em Setembro de 1988, inicia sua bela história no Ferroviário Atlético Ituano, com o convite do amigo e Supervisor de Futebol, José Antonio Bressan, e apoiado pelos amigos da época da Colônia de Férias da Escola Bellini de Futebol, realizada em Itu; conquistam pela primeira vez o Acesso do clube para a Divisão de Elite do Futebol de São Paulo em 1989, vencendo a Ponte Preta nas finais e sagrando-se Campeão da Divisão de Acesso, feito até hoje lembrado e festejado por todos, recebendo inclusive várias homenagens do clube e da cidade, como foi o Título de Cidadão Ituano, outorgado em 23 de Maio de 2017.

No ano seguinte, em 1990, o clube muda de nome e passa a se chamar, Ituano Futebol Clube, disputando pela primeira vez o Campeonato Paulista da Primeira Divisão, terminando num excelente 5º. lugar.

Em Outubro de 1990 assume da Internacional de Limeira, e em 1991 passa pelo Novorizontino, ambos do interior paulista.

Em 1992 dirige o Tokyo Gas, no Japão, a terra da flor da cerejeira.

De volta ao Brasil, assume o Coritiba Foot Ball Club, em Curitiba, no Paraná, em 1993.

Novo Horizonte foi novamente o destino em 1994, 1995 e 1996, conseguindo excelentes resultados com o Grêmio Novorizontino.

Em 1996 assume a direção técnica do Santos F.C.,vice-campeão brasileiro de 1995, mas que precisava de uma grande melhoria na sua infra-estrutura, a começar pela reforma do gramado da Vila Belmiro e a construção do seu Centro de Treinamento.

O Clube Atlético Bragantino, de Bragança Paulista foi o desafio em 1997.

Novamente o S.C. Corinthians Paulista, agora na função de Superintendente de Futebol, época da parceria com o Banco Excel, em 1997 e 1998.

Em 1998 e 1999 é Assessor da Presidência da Federação Paulista de Futebol, do então Presidente José Eduardo Farah.

Após 36 anos do início de sua carreira, retorna ao São Paulo Futebol Clube, agora como Supervisor de Futebol Profissional do São Paulo F. C, nos anos de 2000, 2001 e 2002.

Foi Coordenador Geral de Futebol na Associação Portuguesa de Desportos, em parceria com a empresa Ability, nos anos de 2003, 2004 e 2005.

Em 2006 dirige a Seleção Paulista Feminina, que representou o Brasil na Copa da Paz na Coréia do Sul.

E nos anos de 2007, 2008 e 2009, surgia o Grêmio Universitário e Esportivo de Guarulhos / SP, projeto desportivo educacional da Faculdade Torriccelli, participando de alguns amistosos no Brasil e no exterior.

Sempre lutou pela regulamentação da profissão do Treinador de Futebol, participando da Associação Brasileira de Treinadores de Futebol entre 1975 e 1988, e posteriormente do SITREFESP, Sindicato dos Treinadores Profissionais do Estado de São Paulo, desde sua fundação em 1988, ocupando os cargos de Presidente, Vice-Presidente e Diretor, e hoje como Presidente de Honra desta entidade. Contribuiu por diversas vezes dos Cursos e Palestras organizados pelo SITREFESP.

É autor de três livros:

A História de um Tabu que Durou 22 Anos”, lançado em 2005 no Salão Nobre do S.C. Corinthians Paulista, que narra o longo jejum corinthiano e como conseguiram vencer o Campeonato Paulista de 1977;

“50 Anos por Dentro do Futebol”, lançado em 2010, no Museu do Futebol, onde descreve as atividades realizadas nos 19 clubes e 11 seleções que trabalhou.

“Treinador de Futebol: Herói ou Vilão?”, lançado por sua família em Setembro de 2018, no Museu do Futebol, no Estádio do Pacaembu, já após o seu falecimento de 13 de Abril de 2018.

Na partida entre Corinthians x Fluminense, realizada no dia 15 de Abril de 2018, na Arena Corinthians, foi homenageado com UM MINUTO DE SILÊNCIO pelo S.C. Corinthians Paulista, clube que dedicou 12 anos de sua carreira e mantinha laços de respeito e amizade com todas as Diretorias que por lá passaram.

No dia 25 de Maio de 2018, em Itu / SP, recebeu o Título de Melhor Treinador do Ituano de todos os tempos, numa linda e justa homenagem de um clube que sempre falava com muito carinho pelo fantástico trabalho lá realizado e as amizades que perduram até hoje.

No dia 11 de Junho de 2018, a Câmara dos Vereadores de Itu, por intermédio do Projeto de Lei do amigo e Vereador, Rodrigo Macruz, é homenageado com a denominação da Rua José de Souza Teixeira, neste município.

No dia 07 de Julho de 2018, o Panathlon Internacional / Distrito Brasil, de Araçoiaba da Serra / SP, coloca seu nome num dos campos de futebol, agora chamado de Campo Prof. José de Souza Teixeira.

Após sua aposentadoria dos gramados, continuava vivendo o futebol, ministrando cursos e palestras, participando de assessorias técnicas, consultorias organizacionais para diversos clubes, e assistindo e controlando estatisticamente os jogos transmitidos pela TV.

Viveu 82 anos, sendo que 60 anos foram dedicados exclusivamente ao futebol profissional.

Desde 1958 ocupou os cargos de Preparador Físico e Treinador Profissional em 19 clubes (14 no Brasil e 5 no exterior), e em 11 Seleções Paulistas e Brasileiras em diversas categorias, além de Supervisor em 5 oportunidades, com 54 viagens para o exterior, visitando 73 países, e participando de 365 jogos internacionais, sendo 93 de seleções.

Faleceu no dia 13 de Abril de 2018, na sua residência em São Paulo, deixando sua esposa Cleide, com quem era casado por 56 anos; os filhos: Junior, Eduardo e Marcia; a nora Sabrina Freitas; o genro Luiz Fernando Teochi; e os netos: Giovanna, Leonardo e Lucas.

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